O mercado imobiliário de Goiânia segue em franco crescimento, conforme apontam os dados da pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica e divulgada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) nesta terça-feira (11/6). No primeiro trimestre de 2024, as vendas do setor atingiram a marca de R$ 1,3 bilhão, representando um aumento de 15,8% em comparação ao mesmo período de 2023.
Crescimento Sólido e Sustentável
Goiânia encerrou 2023 como o terceiro maior mercado imobiliário do Brasil, com um total de R$ 6 bilhões em vendas. Este início de 2024 já demonstra uma continuidade dessa tendência de crescimento, com uma valorização de 5% nos preços dos imóveis em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Comparativamente, 2022 e 2023 registraram valorizações de 23% e 18%, respectivamente. A previsão para 2024 é que essa valorização mantenha uma média próxima a 20%.
Felipe Mellazzo, presidente da Ademi-GO, atribui o cenário positivo a diversos fatores. “O PIB de Goiás é o dobro da média nacional. Temos avanços em segurança pública, infraestrutura e um influxo de empresários que investem no potencial econômico do estado. O setor agropecuário, os serviços, os melhores hospitais e escolas contribuem para uma conjuntura favorável ao mercado imobiliário de Goiânia”, explica Mellazzo.
Lançamentos e Vendas Superam Expectativas
No primeiro trimestre de 2024, foram lançadas 1.124 unidades imobiliárias em Goiânia, totalizando R$ 1,1 bilhão. As vendas superaram os lançamentos, com 1.923 unidades vendidas, somando R$ 1,3 bilhão. Isso resultou em uma redução na oferta de imóveis disponíveis, que caiu de 11.564 unidades no final de 2023 para 10.765 no final do primeiro trimestre de 2024.
O preço médio por metro quadrado em Goiânia está em R$ 8.368, enquanto nos bairros mais demandados (Setor Bueno, Setor Marista, Setor Oeste e Jardim Goiás), esse valor supera os R$ 10 mil. Fernando Razuk, presidente do conselho da Ademi-GO, destaca a demanda por imóveis de alto padrão em áreas verdes. “Esses imóveis oferecem mais privacidade, vistas privilegiadas e qualidade de vida. Terrenos de frente para parques e praças estão se tornando escassos, aumentando sua valorização”, comenta Razuk.
Fatores de Valorização e Expectativas para o Futuro
Atualmente, Goiânia possui 157 canteiros de obras, sem sinais de desaceleração, apesar da taxa básica de juros ainda elevada. Razuk aponta que a escassez de mão-de-obra especializada e o aumento dos custos dos materiais de construção estão sendo repassados para os preços finais dos imóveis. Além disso, o novo Plano Diretor de Goiânia prevê uma restrição no adensamento das construções, resultando em menos unidades por prédio e, consequentemente, custos mais elevados por unidade.
A expectativa é que a queda nas taxas de juros aqueça ainda mais o mercado. “Com a diminuição da oferta de apartamentos e o aumento da demanda, os preços tendem a subir”, analisa Razuk.
Expansão do Programa Minha Casa, Minha Vida
Uma surpresa positiva é o aumento das vendas de unidades enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida, que agora representam 24% das vendas, contra menos de 10% em 2022 e 2023. A expansão do programa, com novas faixas de subsídios, e a queda na taxa de juros ampliaram a capacidade de compra dos consumidores.
Além disso, a iminente sanção da Lei de Habitação de Interesse Social (HIS) pelo prefeito Rogério Cruz deve impulsionar a construção de imóveis voltados para a classe média, atendendo a um déficit habitacional significativo. “Essa lei abrirá a possibilidade para muitas pessoas adquirirem imóveis, algo inédito em Goiânia”, conclui Razuk.
Com um cenário econômico favorável e políticas públicas que incentivam o desenvolvimento imobiliário, Goiânia se consolida como um dos principais mercados do país. A combinação de investimentos estratégicos, valorização dos imóveis e expansão de programas habitacionais promete um futuro promissor para o setor na capital goiana.
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