A Prefeitura de Goiânia tomou medidas drásticas em resposta à operação policial que desvendou supostos esquemas de corrupção envolvendo licitações públicas. Após ação da Polícia Civil de Goiás, contratos com empresas suspeitas de desvios de recursos públicos foram suspensos, conforme divulgado na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta quarta-feira, 20.
A operação revelou um intricado mecanismo que beneficiava determinadas empresas em contratos e aditivos, envolvendo ajustes, conluio, combinação de preços, sobrepreço e superfaturamento, com a alegada participação de servidores públicos.
As empresas Sobrado Materiais para Construção Eireli, Gyn Comercial e Atacadista LTDA e Comercial J. Teodoro LTDA tiveram seus contratos suspensos pela Prefeitura. Segundo o despacho oficial, fica interrompido qualquer fornecimento, prestação de serviços e pagamentos relacionados a esses contratos.
A Polícia Civil executou mais de 30 mandados de busca e apreensão na quarta-feira, como parte das investigações sobre licitações suspeitas na capital. A operação é uma das maiores já realizadas em Goiânia e envolve diretamente secretarias municipais, incluindo a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), alvo de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal.
As suspeitas se estendem também à Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), presidida por Luan Deodato Machado Alves. O inquérito investiga contratos da pasta para aquisição de materiais de construção no valor de R$ 13,2 milhões. Dentre os contratos em foco, há indícios de irregularidades e sobrepreço, sugerindo possível prejuízo aos cofres públicos.
O alto escalão da prefeitura também está na mira da polícia, incluindo o presidente da Comurg, Alisson Borges, que se afastou da companhia, e Denes Pereira, secretário de Infraestrutura (Seinfra). A investigação revelou falhas na prestação de informações sobre licitações ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), além de contratos que não constavam nos registros públicos da administração municipal.
Apesar das alegações e dos desdobramentos da operação, a Secretaria de Infraestrutura ressaltou que os contratos suspensos não afetarão os serviços públicos. O desfecho dessas investigações promete agitar ainda mais o cenário político e administrativo da capital goiana nos próximos dias.
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