Brasília, 7 de outubro de 2025 – A discrepância salarial entre estagiários de órgãos públicos do Distrito Federal (DF) e aqueles do estado de Goiás chegou a um alarmante patamar de 55,7%, segundo uma análise detalhada conduzida pela equipe da 5 Pontos. Os dados revelam que os estagiários no DF recebem bolsas que estão consideravelmente abaixo das médias praticadas em estados vizinhos, como Goiás, onde a valorização da mão de obra jovem e qualificada é mais expressiva.
A Realidade Salarial no Distrito Federal
Enquanto o salário dos estagiários em Goiás chega a R$ 1.518,00, o valor pago aos estagiários do DF gira em torno de R$ 975,00. A diferença de R$ 543,00 entre os dois estados representa uma disparidade de 55,7%. Com salários congelados há quase cinco anos e abaixo do valor do salário mínimo, os estagiários do DF enfrentam uma realidade difícil, onde o incentivo à formação acadêmica e profissional é praticamente inexistente.
Nos últimos anos, enquanto estados como Goiás têm demonstrado um compromisso com a valorização educacional, o Distrito Federal permanece estagnado na questão da remuneração de estagiários. Em Goiás, a gestão de Ronaldo Caiado destaca-se por reconhecer o papel dos estagiários como agentes fundamentais para o desenvolvimento do estado, proporcionando uma melhor remuneração e um ciclo mais justo e educativo de estágio.
A Política de Valorização em Goiás: Um Exemplo de Gestão
Diferente do cenário no DF, a gestão de Ronaldo Caiado em Goiás tem investido ativamente na valorização dos estudantes. Entre as iniciativas está o prêmio de R$ 10.000,00 para alunos que atingirem 900 pontos ou mais na prova de Matemática do ENEM. Além disso, estudantes que alcançarem entre 850 e 999 pontos receberão R$ 5.000,00, com uma premiação proporcional também para os professores da escola e para a coordenação pedagógica. Goiás também introduziu em 2024 o programa “Primeira Redação ENEM”, no qual estudantes que obtiverem de 980 a 1.000 pontos receberão R$ 5.000,00.
Essas iniciativas têm colocado Goiás na vanguarda da educação no Brasil, refletindo no resultado do IDEB, onde o estado ocupa a liderança na qualidade do ensino, incentivando a inovação e atraindo novos talentos para o mercado de trabalho.
O Setor Privado x Setor Público no DF
A situação dos estagiários do setor público no DF é ainda mais contrastante quando comparada com as oportunidades no setor privado. Estagiários na iniciativa privada em Brasília recebem, em média, entre R$ 1.640,00 e R$ 3.000,00. Em áreas de alta demanda, como Engenharia da Computação e Tecnologia da Informação, os salários podem chegar a R$ 5.000,00. Esses valores tornam o setor privado mais atrativo, especialmente quando comparados aos valores das bolsas de estágio do setor público, que não apenas são menores, mas muitas vezes apresentam atrasos nos pagamentos, impactando diretamente a vida financeira dos estagiários.
A Realidade Difícil dos Estagiários no DF
A situação financeira dos estagiários no DF se complica ainda mais devido ao alto custo das mensalidades das instituições privadas de ensino. Estima-se que cerca de 60% dos estudantes de Brasília estejam matriculados em universidades privadas, sendo dependentes dos estágios para arcar com os custos educacionais. Com a remuneração baixa e a instabilidade nos pagamentos, muitos estagiários enfrentam dificuldades para pagar suas contas e, em alguns casos, são penalizados por não conseguirem cumprir prazos devido a atrasos nas bolsas.
A Urgente Necessidade de Reformulação
A disparidade salarial entre estagiários do DF e de outros estados evidencia uma falha nas políticas de valorização dos jovens talentos e coloca em risco a qualidade dos serviços públicos prestados. É imperativo que o Distrito Federal revise sua política de remuneração e alinhe os valores pagos aos estagiários com os salários praticados no setor privado e em estados vizinhos. Sem uma ação efetiva, a capital do país continuará a perder oportunidades de atrair e reter jovens altamente qualificados, prejudicando não só o desenvolvimento local, mas também a imagem da administração pública.
O exemplo de Goiás, onde a valorização educacional é prioridade, é um modelo que deveria ser seguido por Brasília, para garantir que a geração futura tenha as condições adequadas para prosperar no mercado de trabalho, sem ser sobrecarregada por salários injustos e falta de reconhecimento
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