O Ministério da Fazenda atualizou suas previsões econômicas, elevando a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 3,2% em 2024, conforme divulgado no Boletim Macrofiscal de setembro. Esta revisão marca um aumento em relação à estimativa anterior de 2,5% publicada em julho.
A revisão reflete um panorama otimista para o PIB agropecuário, cuja previsão de crescimento foi ajustada de -2,5% para -1,9%. A melhoria está associada a perspectivas mais favoráveis para as colheitas de milho, cana-de-açúcar e algodão, além do aumento no abate de animais.
Para o setor industrial, a previsão de crescimento subiu de 2,6% para 3,5%, enquanto o setor de serviços teve sua estimativa elevada de 2,8% para 3,3%. Raquel Nadal, subsecretária de Política Macroeconômica, destacou que a expansão em serviços é impulsionada pela criação de novos postos de trabalho e pelo aumento do rendimento real dos trabalhadores.
Em contraste com as previsões mais otimistas do governo, o relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta semana, aponta uma mediana de 2,68% para o crescimento do PIB em 2024. Para 2025, o Ministério da Fazenda reduziu sua previsão de crescimento de 2,6% para 2,5%, citando a perspectiva de uma nova alta nas taxas de juros.
A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foi revisada, passando de 3,90% para 4,25% para o final de 2024. Esta alteração leva em consideração a expectativa de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro, o reajuste no preço do cigarro, além da depreciação do câmbio e impactos climáticos adversos, como secas e enchentes no Rio Grande do Sul.
Apesar do aumento na projeção de inflação, o Ministério da Fazenda acredita que o IPCA se manterá dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,50%. Entre os riscos para a inflação, destacam-se os conflitos geopolíticos que afetam as commodities, o aumento no custo de fretes e eventos climáticos extremos.
Essas revisões sublinham um cenário econômico mais robusto para 2024, refletindo uma recuperação vigorosa após períodos de desaceleração e incertezas globais.
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