A denúncia impactante de tortura e transfobia na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia, levou ao afastamento de responsáveis, incluindo a então diretora Narjara Cabral. No entanto, recentes revelações indicam que, apesar do afastamento, Cabral já está em outro presídio atuando, levantando sérias preocupações sobre a eficácia das medidas tomadas.
O documento protocolado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) revelou que, entre 2019 e 2023, 20 agentes penais, sob a gestão de Cabral, estiveram envolvidos em práticas condenáveis. A exoneração da diretora em 2022, devido a denúncias de ameaças e descumprimento de protocolos, não impediu que ela continuasse atuando em outro presídio, o que ressalta a urgência de uma investigação mais profunda.
Além disso, a denúncia traz à tona os horrores enfrentados pelos presos na Colmeia. Relatos incluem entrega de alimentos estragados, agressões físicas constantes e privação de atendimento jurídico presencial por quase um ano. O caso de um detento trans, vítima de ataques e motins incentivados por agentes penais, destaca a vulnerabilidade desses indivíduos no sistema prisional.
A sociedade exige respostas imediatas diante dessa reviravolta. O afastamento de responsáveis deve ser mais do que uma medida temporária; precisa ser um passo efetivo para garantir que práticas abusivas não fiquem impunes. A transparência no processo de investigação é essencial para restaurar a confiança da população nas instituições responsáveis.
A permanência de Narjara Cabral em atividade, mesmo após o afastamento da Penitenciária Feminina do DF, destaca lacunas no sistema que precisam ser abordadas. A justiça deve agir com diligência para evitar que casos tão graves se repitam, reforçando a necessidade de responsabilização efetiva e medidas concretas para assegurar a integridade e dignidade das detentas.
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