A Polícia Civil de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, está investigando um corretor de grãos acusado de aplicar golpes em produtores e empresas do agronegócio da região. Até o momento, seis vítimas já registraram queixas, relatando prejuízos que totalizam R$ 30 milhões. No entanto, o montante pode chegar a R$ 400 milhões se outros contratos firmados pelo corretor não forem honrados dentro do prazo estipulado.
De acordo com o delegado Danilo Fabiano, o corretor utilizava contratos e cheques como garantias para obter os grãos, mas não realizava os pagamentos devidos. “Ele dava em garantia contratos ou cheques com prazos, recebia o grão e não efetuava o pagamento, gerando esse prejuízo”, explicou o delegado.
Os advogados Alessandro Gil e Danilo Marques, que representam o corretor, negam as acusações de golpe. Eles afirmam que seu cliente não permaneceu na cidade por temer pela segurança de sua família e que se colocou à disposição das autoridades para prestar depoimento de forma “telepresencial”. “A questão em pauta trata-se de problemas inerentes a pagamentos de compra de grãos em decorrência de contratos futuros firmados, o que não caracteriza ilícito penal, devendo ser resolvida na esfera cível”, declararam os advogados em nota.
Em um e-mail enviado às vítimas na manhã da última quinta-feira (20), cuja autenticidade está sendo verificada pela polícia, o corretor alegou estar recebendo ameaças e afirmou ter quebrado financeiramente, causando prejuízos a “grandes amigos”. “Eu vou voltar um dia e honrar cada um de vocês e vou pagar a todos”, prometia o e-mail.
As investigações indicam que o corretor atuava no mercado do agronegócio há cinco anos, levantando suspeitas de que mais produtores possam ter sido prejudicados. A Polícia Civil informou que já possui informações suficientes sobre o caso e está tomando as medidas cabíveis. Mais detalhes serão divulgados assim que a investigação avançar.
Nota da Defesa do Corretor na Íntegra
“Nós, advogados Alessandro Gil Moraes Ribeiro e Danilo Marques Borges, viemos por meio desta esclarecer alguns pontos sobre as recentes notícias veiculadas a respeito do nosso cliente.
Primeiramente, é importante ressaltar que os valores mencionados nas reportagens, especialmente no que se refere ao suposto golpe de R$ 400 milhões aplicado em produtores e empresas do agronegócio, não representam a verdade dos fatos.
Esclarecemos ainda que a questão em pauta trata-se de problemas inerentes a pagamentos de compra de grãos em decorrência de contratos futuros firmados, ou seja, promessas de pagamento, o que não caracteriza ilícito penal, devendo ser resolvida na esfera cível.
Em decorrência da pressão de credores e de se sentir ameaçado, o senhor não permaneceu na cidade, estando preocupado com a segurança da sua família. No entanto, através de sua defesa, que já se reuniu com a autoridade policial, ele se colocou à disposição para ser ouvido de forma telepresencial. Ele pretende, desta forma, comparecer a todos os atos policiais e judiciais necessários, salientando ainda que deixou na cidade seu patrimônio para garantir pagamentos e negociações futuras com credores.”
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