A advogada amazonense Nataly Cabral, de 28 anos, conseguiu reverter uma decisão judicial e garantir indenização por danos materiais e morais a um cliente vítima de cobranças abusivas de telefonia. A conquista ocorreu durante sustentação oral virtual na 2ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), em julgamento que reformou integralmente a sentença de primeira instância.
O caso: cobranças indevidas e vitória do consumidor
O processo envolveu o consumidor Luiz Alves Feitosa, de 56 anos, que havia contratado um plano de telefonia no valor de R$ 45, mas passou a receber faturas de até R$ 197, sem comprovação de consentimento para as alterações. Na defesa, Nataly destacou a ausência de provas pela operadora e a inconsistência dos contratos apresentados, argumentos que levaram a relatora a reconhecer os direitos do cliente.
Trajetória marcada por superação e inclusão
Natural de Benjamin Constant (AM), Nataly perdeu a visão ainda bebê em razão de um retinoblastoma. Formou-se em Direito pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), após ingressar pelo Sistema de Ingresso Seriado (SIS). Entre Tabatinga e Manaus, construiu sua carreira apoiada pela família e pela rede pública de ensino.
Hoje, atua em um escritório de advocacia que adaptou o ambiente de trabalho às suas necessidades, garantindo autonomia e acessibilidade. Os sócios ressaltam que a valorização de talentos e a inclusão são princípios que orientam a atuação da equipe.
Um marco para a advocacia inclusiva
Para Nataly, a vitória representa mais do que um resultado jurídico: é símbolo da força da inclusão social na advocacia.
“A verdadeira grandeza da advocacia está em acolher todos os seres humanos, independentemente de suas condições pessoais. A inclusão não é um favor, é um dever, e dela nasce a força que move a sociedade para um futuro mais justo e humano”, afirmou a advogada.
Repercussão
O caso fortalece o debate sobre acessibilidade no exercício da advocacia e mostra que barreiras estruturais podem ser superadas com políticas de inclusão. Especialistas destacam que conquistas como a de Nataly Cabral são fundamentais para inspirar a participação de pessoas com deficiência em espaços de liderança profissional.
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