No dia 12 de junho de 2024, Regivaldo Batista Cardoso e Soeli Fava Calvi, acompanhados por seus advogados, Dr. Conrado Pavelski Neto (@advogado.conrado) e Dr. João Maria de Goes Junior (@professorjoaomaria), ingressaram com uma ação indenizatória contra o Estado de Mato Grosso. A família das vítimas da chacina em Sorriso/MT busca uma indenização de 40 milhões de reais, apontando falhas graves no sistema de segurança pública do estado.
O caso remonta a 23 de novembro de 2023, quando um foragido da justiça, com dois mandados de prisão em aberto, cometeu um massacre resultando nas mortes de Cleci Calvi Cardoso (46 anos), Miliane Calvi Cardoso (19 anos), Manuela Calvi Cardoso (12 anos) e Melissa Gabriela Cardoso (10 anos). O episódio chocante revelou deficiências significativas na administração de segurança pública em Mato Grosso.
No dia do crime, o perpetrador estava foragido e portava um documento oficial emitido pela Delegacia de Polícia Civil de Sorriso/MT, uma Declaração de Extravio de Documentos datada de 19 de setembro de 2023. Esse documento, carimbado e timbrado oficialmente, indicava que o acusado havia relatado a perda de seus documentos apenas dois meses antes da chacina.
Alarmantemente, desde o final de 2022, havia um mandado de prisão em aberto contra o acusado, expedido na cidade de Mineiros/GO. Além disso, em 17 de setembro de 2023, dois dias antes de relatar a perda de seus documentos, o mesmo indivíduo havia cometido tentativas de homicídio e estupro em Lucas do Rio Verde/MT, localizada a apenas 66 km de Sorriso/MT.
Os advogados Dr. Conrado Pavelski Neto e Dr. João Maria de Goes Junior ressaltaram na petição que a omissão do Estado em executar os mandados de prisão e a emissão de um documento oficial a favor de um foragido foram fatores que contribuíram diretamente para a tragédia. A ação visa responsabilizar o Estado de Mato Grosso pelas falhas que resultaram na perda de quatro vidas inocentes, exigindo uma compensação financeira proporcional à gravidade dos acontecimentos.
Este caso expõe severas deficiências na gestão da segurança pública em Mato Grosso, evidenciando a necessidade urgente de revisão e aprimoramento dos procedimentos de controle e execução de mandados de prisão. A ação indenizatória de 40 milhões de reais busca não apenas reparação financeira, mas também chamar atenção para a responsabilidade estatal na proteção dos cidadãos.
“O Estado teve em suas mãos um criminoso contumaz, com mandado de prisão em aberto desde o ano de 2022, e que estava sendo procurado por ter cometido um crime na cidade vizinha dois dias antes de comunicar o extravio de seus documentos em Sorriso/MT. É inadmissível que, por conta da omissão e negligência daqueles que têm o dever de cuidar dos cidadãos, quatro pessoas inocentes tenham perdido a vida de forma tão cruel, sendo três delas estupradas”, afirmou o advogado Conrado Pavelski Neto, que representa a família das vítimas.
A ação movida pelos familiares das vítimas é um clamor por justiça e um alerta para a necessidade de mudanças estruturais no sistema de segurança pública do estado.
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