Polícia Civil cumpre mandados em investigação que abala a gestão municipal
Goiânia, 20 de fevereiro de 2024 – Uma operação deflagrada pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) nesta quarta-feira mergulhou a Prefeitura de Goiânia em uma crise sem precedentes. A investigação, que envolveu o cumprimento de 32 mandados de busca e apreensão, revelou um extenso esquema de corrupção que abrange tanto empresas contratadas pelo município quanto altos escalões da administração pública.
Entre os alvos da operação, figuram nomes proeminentes do cenário empresarial local, como José Teodoro de Oliveira e sua ex-esposa, Wilma Alves de Sousa, sócios da empresa Comercial J. Teodoro Ltda, e Raimundo Rairton Paulo de Assunção e Jakeline Dutra de Aguiar Assunção, sócios administradores das empresas Sobrado Materiais para Construção Eireli e Gyn Comercial e Atacadista Ltda. Essas empresas estariam envolvidas em um esquema de fraudes em licitações relacionadas ao recapeamento asfáltico na capital.
Por outro lado, não menos significativo é o envolvimento de altos funcionários públicos no esquema. Alisson Silva Borges, Diretor-Presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Denes Pereira Alves, Secretário Municipal de Infraestrutura Urbana de Goiânia e ex-Secretário Municipal de Administração, Edimar Ferreira da Silva, Diretor de Urbanismo da Comurg, Adriano Renato Gouveia, Diretor administrativo-financeiro da Comurg, e Luan Deodato Machado Alves, Presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), são alguns dos nomes que despontam como protagonistas desse escândalo.
A investigação da Polícia Civil aponta para uma série de crimes graves, incluindo fraude em licitações, modificação irregular de contratos, peculato, corrupção ativa e passiva, e constituição de organização criminosa. Segundo as autoridades, os crimes teriam começado a ser praticados em 2022, e estavam relacionados a contratos milionários de fornecimento de materiais para obras de recapeamento da malha asfáltica da cidade.
A ação policial foi marcada por um amplo espectro de diligências, que incluíram o cumprimento de mandados em diversos locais, como o Paço Municipal, sedes de empresas contratadas pela prefeitura e residências dos servidores públicos investigados. Além disso, foram autorizadas medidas judiciais para o afastamento dos sigilos bancários e fiscais dos envolvidos, bem como a suspensão dos contratos sob suspeita.
Compões o núcleo de funcionários públicos investigados:
Alisson Silva Borges (Diretor-Presidente da COMURG)
Denes Pereira Alves (Secretário Municipal de Infraestrutura Urbana de Goiânia e ex-Secretário Municipal de Administração, o qual cumulou os referidos cargos até o final do ano passado)
Edimar Ferreira da Silva (Diretor de Urbanismo da Comurg)
Adriano Renato Gouveia (Diretor administrativo-financeiro da Comurg)
Luan Deodato Machado Alves (Presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente)
Além dos pregoeiros, gestores e fiscais das licitações e contratos supostamente fraudados, a saber:
Ana Paula Salviano Campos (Pregoeira da Comurg)
Mônica Luíza Vicznevski (Pregoeira da Comurg)
Suzana Carneiro de Oliveira (Pregoeira da Comurg)
Kerley Lanuce Pereira de Araújo (Gestor de Contratos da Comurg)
Luiz Sávio Dias Cardoso (Fiscal de Contratos da Comurg)
José Fernandes de Queiroz Júnior (Gestor de Contratos da Comurg)
Nilton César Pinto (Fiscal de Contratos da Comurg)
Wellington Alves de Oliveira (Fiscal de Contratos da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana de Goiânia – Seinfra)
Cleverson Alves Ferreira (Pregoeiro da Semad)
Hendy Adriana Barbosa de Oliveira (Pregoeira da Comurg)
Mylenna Francisco Araújo (Pregoeira da Comurg)
Suziane da Silva Sampaio (Fiscal de Contratos da Amma)
Elissa Andrade Zago Ribeiro (Fiscal de Contrato da Amma)
Diante do escândalo, a Prefeitura de Goiânia emitiu uma nota oficial afirmando que está colaborando plenamente com as investigações da Polícia Civil e reiterando seu compromisso com a transparência e a lisura na gestão pública. O prefeito Rogério Cruz anunciou que pedirá o afastamento imediato dos servidores envolvidos e prometeu agir com rigor para apurar todas as irregularidades detectadas.
A operação, que mobilizou cerca de 160 policiais civis e oito peritos criminais, representa um importante passo no combate à corrupção no município e reforça a necessidade de uma gestão pública íntegra e responsável. O desdobramento das investigações e os desfechos judiciais serão acompanhados de perto pela população, que anseia por justiça e transparência em sua administração municipal.
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