Procura por residências mais baratas em cidades de Goiás cresce, especialistas apontam a escassez de ofertas como um dos entraves, e setor imobiliário aguarda a nova lei de parcelamento do solo para mudar a situação.
Brasília, a capital federal, conhecida pelo seu alto custo de moradia, figura como a sexta cidade com os imóveis mais caros do país, segundo o Índice Fipe ZAP, divulgado pelo DataZAP em fevereiro. O preço médio de venda de lançamentos residenciais alcança R$ 9.028 o metro quadrado, podendo ultrapassar os R$ 11 mil, dependendo da localização. Esse cenário se deve à grande procura e à disponibilidade limitada de terrenos para incorporação, em sua maioria pertencentes ao Governo do Distrito Federal (GDF), o que demanda liberação para projetos.
O especialista em gestão e desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, Cleberson Marques, destaca que a escassez de oferta aliada à alta demanda e à renda relativamente alta dos brasilienses impulsionam os preços para patamares elevados. Como consequência, cidades do Entorno têm sido procuradas como alternativa. O metro quadrado de imóveis de médio e alto padrão em Luziânia e Valparaíso de Goiás, por exemplo, gira em torno de R$ 6 mil, cerca de 30% abaixo dos valores em Brasília.
Valparaíso, que registrou um aumento populacional de 51,68% entre 2010 e 2022, de acordo com o IBGE, figura como uma das principais escolhas para quem busca imóveis mais acessíveis. Renato Ribeiro e Rafaela Rocha são exemplo disso, optando por adquirir uma propriedade na cidade em detrimento de permanecer em Águas Claras, onde o custo por metro quadrado chega a R$ 9 mil. A economia estimada foi de aproximadamente 30%, mostrando a vantagem financeira da mudança.
Outro caso é o da família de Igor Vinicius Sousa, que trocou Samambaia Sul por Águas Lindas de Goiás em busca de um lar mais econômico. O preço dos imóveis na região, aliado à necessidade de transporte próprio e aos desafios cotidianos, compensa para eles a mudança.
Para Riezo Almeida, coordenador de graduação em economia, gestão pública e financeira do Centro Universitário Iesb, a alta nos preços do DF está forçando parte da população a buscar alternativas no Entorno. Ele destaca que a nova lei de parcelamento do solo pode ser um divisor de águas, possibilitando às empresas do DF ofertarem terrenos condizentes com as faixas de renda da região. A expectativa é que essa legislação entre em vigor em breve, proporcionando um aumento na oferta de lotes regulares e tornando o mercado imobiliário mais competitivo e acessível.
Confira preços do m² no DF
Sudoeste: R$ 11.833
Asa Norte: R$ 10.298
Asa Sul: R$ 9.315
Águas Claras: R$ 8.519
Guará Norte: R$ 6.174
Taguatinga Sul: R$ 5.749
Taguatinga Norte: R$ 5.212
Gama: R$ 5.146
Ceilândia Sul: R$ 4.084
Sobradinho: R$ 3.934
Com o mercado imobiliário em constante evolução e as mudanças na legislação, a busca por moradia no DF e seu entorno continua a se transformar, abrindo novas oportunidades para quem busca uma residência que combine qualidade, acessibilidade e viabilidade econômica.
Deixe o seu Comentário