O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou uma investigação a respeito da denúncia de que policiais militares estariam sendo obrigados a participar de um evento evangélico, levantando questionamentos sobre a separação entre Estado e religião. O promotor Flávio Milhomem, da 3ª Promotoria de Justiça Militar do DF, destacou a importância de investigar os supostos crimes, ressaltando que, embora os policiais tenham o direito de professar sua fé, não podem ser constrangidos ou obrigados a participar de eventos religiosos específicos.
A denúncia envolve o tenente-coronel Rodrigo da Silva Abadio, do comando do 6º Batalhão, que teria forçado policiais a frequentarem o evento religioso na sede da Igreja Universal, na Asa Sul. O MPDFT também solicitou o afastamento do oficial e sua transferência de unidade até a conclusão das investigações. As possíveis práticas de crimes incluem peculato, prevaricação, inobservância da lei, aplicação ilegal de verba, abuso de confiança, patrocínio indébito e usurpação de função, além da investigação de improbidade administrativa.
O promotor também está apurando se a Polícia Militar utilizou veículos oficiais, como ônibus, para transportar os policiais até o evento, o que poderia caracterizar gastos públicos para satisfazer interesses pessoais e religiosos. A ação do MPDFT foi desencadeada após o ICL Notícias divulgar a convocação dos policiais, que teriam sido intimados via grupo de WhatsApp, sem permissão para faltar mesmo em folga.
Diante da situação, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) se manifestou, esclarecendo que a formatura geral ocorreu para homenagear policiais destaques e fornecer orientações à tropa devido à mudança de comando do Batalhão. A cerimônia foi realizada em um espaço cedido pela Igreja Universal, sem custos para a corporação. O local foi utilizado devido à reforma do antigo espaço no Cefor (Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento) da Câmara dos Deputados, que costumava ser utilizado para essas cerimônias.
A PMDF destacou que o pastor da igreja fez um momento ecumênico de reflexão durante a formatura, algo habitual nessas ocasiões. No entanto, a instituição não esclareceu a questão do transporte em veículos oficiais. A investigação agora busca esclarecer as circunstâncias e averiguar se houve infrações legais na conduta do comandante e no uso de recursos públicos para o evento religioso.
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