A Polícia Civil de Goiás anunciou, na tarde desta segunda-feira (17), que está realizando buscas contínuas pelo empresário Maurício Sampaio, condenado por ser o mandante do assassinato do radialista Valério Luiz em 2012. Um mandado de prisão foi expedido contra Sampaio na última sexta-feira (14), porém, até o momento, ele não se apresentou às autoridades. A defesa de Sampaio nega que ele esteja em fuga, afirmando que o empresário está viajando e se entregará no dia 20 de junho.
“Desde a expedição do mandado de prisão pelo Poder Judiciário, realizamos diligências ininterruptas objetivando efetuar a prisão do condenado”, declarou a Polícia Civil em nota oficial.
Ação da Polícia e Justificativa da Defesa
A defesa de Sampaio, representada pelo advogado Ricardo Naves, enviou um requerimento à Justiça informando sobre a viagem do cliente e reafirmando sua intenção de se entregar. “Com essa manifestação, fica oficialmente declarado que ele não pretende se evadir (fugir), não podendo ser considerado foragido”, afirmou Naves.
Apesar da justificativa, a Polícia Civil publicou uma foto de Sampaio com a tarja de “procurado”, intensificando as buscas.
Prisão de Ademá Figueiredo
No mesmo dia da ordem de prisão contra Sampaio, a Justiça de Goiás também emitiu um mandado de prisão contra o policial militar da reserva Ademá Figueiredo Aguiar Filho, condenado por ser o autor dos disparos que mataram Valério Luiz. Figueiredo se entregou no presídio militar, no Setor Marista, em Goiânia.
Ricardo Naves, que também representa Figueiredo, declarou: “Tudo o que for determinado haverá de ser cumprido, até que haja uma contraordem reparando aquilo que considera um erro, isto é, a execução de pena sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.”
Decisão Judicial e Histórico do Caso
A decisão de prisão foi restabelecida após recurso do Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou cassar o habeas corpus concedido anteriormente. O caso se arrasta desde 2012, quando Valério Luiz foi morto enquanto saía da emissora de rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. O crime teria sido motivado pelas críticas do radialista à direção do Atlético-GO, clube presidido por Sampaio.
No júri realizado em 2022, quatro dos cinco réus foram condenados:
Maurício Sampaio, mandante: condenado a 16 anos de prisão;
Urbano de Carvalho Malta, que contratou o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio: condenado a 14 anos de prisão;
Ademá Figueredo Aguiar Filho, autor dos disparos: condenado a 16 anos de prisão;
Marcus Vinícius Pereira Xavier, ajudou a planejar o homicídio: condenado a 14 anos de prisão.
O acusado Djalma da Silva foi absolvido.
Íntegra da Defesa de Maurício Sampaio
A defesa de Maurício Sampaio reafirma que não há fuga, sustentando que ele já estava em viagem desde a semana anterior à expedição do mandado. “Essa declaração da Polícia Civil, mais do que uma formalidade inócua (é necessário declarar alguém foragido para prendê-lo?), tem o propósito de criar factoides e tornar ainda mais aflitiva a vida da família”, afirmou a defesa.
“Declará-lo foragido não se justifica, pois estamos comprometidos com sua apresentação assim que retornar da viagem. Maurício Sampaio é um homem de caráter e não fugirá, mesmo diante dessa grande injustiça”, concluiu Ricardo Naves.
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