A greve dos professores nas universidades federais, prestes a completar dois meses, pode estar perto do fim. O anúncio de um significativo investimento nas instituições feito pelo governo na manhã desta segunda-feira, 10 de junho, e a pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela retomada das aulas, movimentaram os servidores.
Investimentos e Reações
O acréscimo de R$ 5,5 bilhões no orçamento dos centros de ensino foi considerado uma vitória pelos grevistas, segundo membros do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Apesar do incômodo gerado pela postura do presidente Lula, que exigiu a volta às aulas, o novo orçamento pode ser o fator decisivo para encerrar a paralisação.
Um encontro entre representantes do sindicato e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos está previsto para esta semana, e o governo dá como certo o fim da greve. No entanto, a demanda dos docentes por reajuste salarial ainda em 2024 não será atendida. A ministra da Gestão, Esther Dweck, afirmou que o limite orçamentário foi atingido.
Reivindicações e Ofertas
O Andes reivindica aumentos de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. O governo, por sua vez, oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A discrepância entre as demandas e a oferta governamental permanece um ponto de tensão, mas a injeção de recursos no orçamento das instituições é um alívio temporário.
Programa de Aceleração do Crescimento
Na manhã desta segunda-feira, o governo lançou um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado para universidades federais e hospitais universitários, prevendo R$ 5,5 bilhões em investimentos. O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das instituições federais, sendo R$ 279,2 milhões destinados às universidades e R$ 120,7 milhões aos institutos federais. Com isso, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$ 6,38 bilhões, superando os R$ 6,26 bilhões de 2023.
Expansão de Infraestrutura
O novo programa também prevê a construção de dez novos campi em várias localidades do país, ampliando a capacidade de atendimento e a oferta de cursos superiores. Este investimento é um passo significativo para melhorar a infraestrutura das universidades e institutos federais, proporcionando melhores condições para ensino e pesquisa.
Cobrança por Soluções Salariais
Apesar do aumento orçamentário, a presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, reforçou a necessidade de uma solução para a questão salarial dos servidores das universidades. “Os recursos adicionais são um avanço importante, mas ainda precisamos abordar a valorização salarial dos nossos docentes e técnicos”, afirmou.
A greve nas universidades federais pode estar próxima do fim com o recente anúncio de investimentos. O acréscimo de R$ 5,5 bilhões no orçamento é um desenvolvimento positivo, mas as negociações sobre o reajuste salarial continuam. A comunidade acadêmica espera que o diálogo entre governo e sindicato resulte em um acordo que contemple não apenas a melhoria da infraestrutura, mas também a justa remuneração dos servidores, assegurando a continuidade da excelência no ensino superior brasileiro.
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