A Câmara Municipal de Mozarlândia, situada no norte de Goiás, aprovou na noite de sexta-feira (7) um requerimento que inicia um processo de impeachment contra o vereador Vagner Batista Farias e o presidente afastado da Câmara, Luiz Fernando Alves da Silva. Ambos são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos.
Durante a sessão, transmitida ao vivo pela internet, os vereadores decidiram investigar o caso pelos próximos 10 dias, garantindo aos acusados o direito à ampla defesa. Vagner Batista Farias foi flagrado em imagens de câmeras de segurança empurrando e trancando um servidor público em uma sala, numa tentativa de intimidação após descobrir que o funcionário havia testemunhado contra ele na Comissão Especial de Inquérito (CEI).
A CEI, criada para apurar o desvio de recursos, concluiu no mês passado que tanto Luiz Fernando quanto Vagner se beneficiaram do esquema. Luiz Fernando Alves da Silva, em sua defesa, alegou que a investigação é motivada por questões políticas, afirmando: “Então, estou bastante tranquilo porque sei que não devo nada.”
O presidente interino da Câmara, José Lúcio Rocha, destacou a seriedade do processo: “Se forem inocentes, podem ter certeza que vão ser inocentados; se forem culpados, podem ter certeza que vão ser culpados. Esse é o nosso papel de vereador, é o papel de fiscalizador.”
O Ministério Público de Goiás (MPGO) está acompanhando os trabalhos da Comissão Especial da Câmara e conduzindo suas próprias investigações. Os resultados da comissão serão integrados à investigação do MP.
O incidente que desencadeou o escândalo foi registrado na última quarta-feira (5), quando Vagner Batista foi filmado empurrando e trancando um servidor da Câmara numa sala para que ele explicasse supostas contradições em seu depoimento à CEI. O vereador, ao ser questionado sobre o ocorrido, admitiu ter agido de maneira inadequada e pediu desculpas à população.
A Polícia Civil, representada pela delegada Brunna Karla, está quase concluindo o inquérito policial, que já colheu depoimentos de testemunhas e está realizando as últimas diligências. “O vereador está sendo investigado pela prática dos crimes de constrangimento ilegal, calúnia, injúria e ameaça, cujas penas somadas ultrapassam dois anos de prisão”, afirmou a delegada.
A aprovação do processo de impeachment e a continuidade das investigações refletem o compromisso da Câmara de Mozarlândia e das autoridades em combater a corrupção e assegurar a justiça.
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