As recentes enchentes no Rio Grande do Sul geraram um impacto significativo no setor de seguros, totalizando aproximadamente R$ 1,7 bilhão em indenizações até o momento. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) estima que este será o maior sinistro enfrentado pelas empresas do ramo no país.
De acordo com a CNseg, o maior volume de sinistros está relacionado a veículos, com 8.216 ocorrências registradas, totalizando um custo estimado em R$ 557 milhões. Além disso, seguros residenciais e habitacionais contabilizaram 11.396 sinistros, com um desembolso calculado em R$ 239,2 milhões.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, ressaltou que a maioria dos pedidos de indenização ainda não foi reportada às seguradoras pelos clientes, o que pode aumentar substancialmente o montante pago em indenizações. Oliveira comparou a situação atual com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, destacando que, desta vez, o desastre atingiu uma área populosa, resultando em um impacto financeiro ainda maior para o setor de seguros.
Apesar disso, a CNseg estima que o impacto no agronegócio seja menor do que os ocorridos devido às secas dos últimos anos. Até o momento, foram registrados 993 avisos de sinistro, com um impacto estimado em R$ 47 milhões.
Em resposta à crise, o mercado de seguros apresentou um projeto de lei ao Congresso para criar um seguro social que cubra os danos causados por desastres naturais. A proposta busca oferecer cobertura para bens e auxílio funeral em casos de calamidades públicas reconhecidas pelas autoridades competentes. O objetivo é tornar o produto acessível a todas as camadas sociais, com uma estimativa de custo entre R$ 2 e R$ 5 mensais por segurado, a ser descontado diretamente na conta de energia elétrica. A indenização prevista seria de R$ 15 mil a R$ 20 mil por residência afetada, transferida de forma automática ao segurado por meio do Pix.
Deixe o seu Comentário