O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, juntamente com o ex-CEO da empresa Combat Armor Defense, Maurício Junot, e mais seis pessoas, por fraude na compra de 15 caveirões pela PRF. Os veículos, considerados “inservíveis”, resultaram em um prejuízo de mais de R$ 13 milhões aos cofres públicos.
A investigação revelou uma intricada rede de atividades ilícitas, envolvendo fraudes em licitações, possíveis práticas de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa. Entre os denunciados estão também quatro agentes da PRF, com penas que podem chegar a 51 anos de reclusão para agentes públicos e 38 anos para civis.
Silvinei Vasques, responsável pela aprovação dos contratos de compra dos blindados, teve sua prisão preventiva requerida pelo MPF. Maurício Junot, atualmente procurado pela Interpol, é acusado de liderar o esquema de fraude na venda dos veículos. O MPF pediu o ressarcimento de parte dos mais de R$ 33 milhões pagos à Combat Armor Defense pela aquisição dos veículos.
Testes balísticos realizados pelo Exército brasileiro comprovaram a ineficácia dos veículos adquiridos, evidenciando a falta de capacidade operacional e técnica da empresa fornecedora. Além disso, foram identificadas inconsistências na documentação da licitação, problemas relacionados à fundamentação da necessidade e urgência para aquisição dos veículos, e suposto conflito de interesses na confecção do atestado de Capacidade Técnica apresentado pela empresa.
A investigação teve início após denúncias veiculadas na mídia sobre supostas irregularidades no processo licitatório. O MPF realizou inspeção na sede da Superintendência da PRF no Rio de Janeiro, onde foram encontrados diversos veículos blindados pesados que não estavam sendo utilizados devido à suposta inadequação técnica.
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